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quarta-feira, 6 de junho de 2012

Vendo a safadeza passar...

por José Luis Sávio Costa
em 24 de dezembro de 2006


Para início de conversa, não sou político nem habito os arredores do Poder corrupto do PT e sua base aliada, detestando os militares que por fraqueza de caráter são incapazes de honrar passados juramentos feitos no início da carreira militar.
Os partidos políticos brasileiros têm demonstrado ao longo de suas existências uma fraqueza congênita que se aguça em momentos de crise, quando seus supostos princípios fenecem diante do oportunismo e da desfaçatez que domina seus quadros dirigentes nos mais diversos níveis. A moldura é válida para todos os partidos políticos independentes de seus padrões ideológicos, uma mera fantasia de seus programas e resoluções políticas.
Isto é válido de forma mais patente para os partidos marxistas, que se dizendo programáticos nunca o foram.
Desde 1922 com a criação do Partido Comunista do Brasil, Seção da Internacional Comunista, berço do PCB-Partidão agora com seus militantes albergados em várias siglas partidárias, envergonhados pelo fracasso do socialismo real endeusado até a desintegração do Movimento Comunista Internacional, as esquerdas marxistas revolucionárias demonstraram, claramente, nas suas trilhas históricas os erros de suas projeções proclamadas como assentadas na ciência sobre o conhecimento e a transformação revolucionária, sobre as leis do desenvolvimento da sociedade, a natureza e o pensamento humano (Extraído do Breve Dicionário Político, Editorial Progresso, Moscou, 1980).
Erraram nas análises das conjunturas internacionais e nacionais de todas as crises que vivenciaram, tateando em busca de suas supostas projeções científicas de um devir revolucionário, sempre desmentido logo adiante por suas inescapáveis derrotas nas lutas políticas que marcaram e marcam suas trajetórias.
Sempre falharam, ou na visualização das condições objetivas que seus teóricos viam marcando o cenário internacional e nacional da conjuntura, ou falharam levados por uma visão estrábica das condições subjetivas que os incentivava para uma luta política descabida e sem retorno. Suas críticas e autocríticas são páginas de hipocrisia nas tentativas de justificar as derrotas inapeláveis que atestam estes fatos.
Escravos dos pensamentos de seus mestres sempre culpavam e culpam suas deficiências pessoais; jamais o conteúdo alienado das bases de seus auto-enganos – a letra e forma dos escritos de Marx, Engels, Lênin, Trotski, Mao, Gramsci e seus copiadores nacionais de pouco ou quase nenhum talento, a não ser como artífices de regimes totalitários que assinalam os países que adotam regimes comunistas ou que marcham alienados para um destino semelhante aos que feneceram.
Sempre tive a sensação de que o indefinível socialismo petista repousa na sua incapacidade de definir as condições objetivas da sociedade brasileira, atadas às visões das várias facções que se digladiam em seus Diretórios Nacional e Estaduais. Estas facções são escravas de origens mais populistas do que as misturas marxistas desconexas que dizem defender, imbróglio de difícil resultante para montagem de qualquer cenário coerente, mesmo que suas análises fossem só de uma das suas variantes ditas marxistas - por si só, até hoje incapazes de definir qualquer coisa –; no fim, o subjetivismo impera em soluções de compromisso sem solução definitiva, para nossa felicidade.
Estes capengas ideológicos fazem da imoralidade, da corrupção, da desinformação o palco de suas tragicomédias diárias e são acompanhados por um séqüito de parceiros sem caráter, mal intencionados, companheiros de viagem, cínicos aduladores do Poder petista.
Com Lula à frente e os Marco Aurélio Garcia, Dilma Ana Roussef e assemelhados, formam um cortejo de fazer corar tantas outras bandalheiras que empurram nosso país para um poço sem fim, com o beneplácito dos que deveriam resguardar a Constituição, mantendo a paz e a ordem.
Destino de difícil prognóstico para o nosso Brasil.
Na atualidade seus ícones são Chávez e Fidel e a estratégia e tática estão assentadas em Gramsci e caterva, adaptados ao cenário latino-americano pela ideóloga Marta Harnecker que vive em Havana desde 1974. Viúva de Manuel “Barbaroja” Piñero Losada, ex-articulador dos movimentos guerrilheiros latino-americanos, Marta Harnecker dirige em Cuba justamente um centro de estudos que orienta as organizações dedicadas à luta política na “sociedade civil organizada”, que não foge à ótica gramsciana - o Centro de Recuperación y Difusión de la Memoria Histórica del Movimiento Popular Latinoamericano.
Desde 1922 estamos vendo as esquerdas obedecendo a um blá-blá-blá vindo do exterior. E nós, o que fazemos? Vemos a safadeza passar com a anuência dos que deviam varrer do país o lulismo e seus asseclas. Até quando?


Fonte: © 2006 MidiaSemMascara.org