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quarta-feira, 20 de junho de 2012

Dilma inventa tortura, calma mente -Cortina de fumaça do Mensalão continua....


Por Alessandra Mello - Correio Braziliense - 19/06/2012
Militar responsável pelo comando do Exército na cidade em que Dilma Rousseff revelou ter sido agredida nega a existência dos episódios narrados
Belo Horizonte — Responsável pela redação do manifesto Alerta à Nação — eles que venham, poraqui não passarão, assinado por quase 300 militares da reserva com críticas à Comissão da Verdade e ao ministro da Defesa, Celso Amorim, o general quatro estrelas (patente máxima) Marco Antônio Felício da Silva, 74 anos, nega que tenha havido qualquer tipo de tortura nas dependências da 4ª Região do Exército em Juiz de Fora (MG). Contrariando os relatos de diversos presos políticos, entre eles o da presidente Dilma Rousseff, ele assegura que todos que passaram pela divisão do Exército na cidade foram muito bem tratados.
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"Esse povo mente muito. Eu servi em Juiz de Fora até meados de 1971 como oficial deinformação (espécie de chefe do serviço de inteligência do Exército). Lá, inclusive, havia muitos presos políticos e ninguém foi torturado. Pelo contrário. Todos os presos que passaram por lá foram muito bem tratados", afirma o general, na época primeiro-tenente, que até hoje mora na cidade da Zona da Mata.
A negativa do general contrasta com o depoimento da presidente que, em 2001, ainda secretária de Minas e Energia do governo gaúcho, relatou para o Conselho de Direitos Humanos de Minas Gerais ter sido barbaramente torturada não só no Rio de Janeiro e em São Paulo, onde passou o maior tempo presa, mas também em Juiz de Fora. Segundo o relato de Dilma, a tortura em terras mineiras "foi muito intensa". "Não era presa recente. Não tinha pontos e aparelhos para entregar".
O general não se recorda da então militante conhecida por Estela, codinome de Dilma Rousseff , mas lembra bem de um dos companheiros de atuação da presidente durante o regime militar, Ângelo Pezzuti. Por causa de um bilhete escrito por ele, na época o principal dirigente do Comando de Libertação Nacional (Colina) de Belo Horizonte para Dilma, a presidente foi levada para Juiz de Fora com o intuito de prestar depoimento. "O Ângelo Pezzutti esteve diretamente comigo e foi muitíssimo bem tratado lá (em Juiz de Fora). Jamais alguém fez qualquer coisa contra ele nem fisicamente nem psicologicamente. Nunca vi ninguém tomar nem um tapa na cara. Não houve essa história de tortura lá. Eu garanto."
Auxílio aos guerrilheiros
O general alega que chegou inclusive a ajudar muitos dos presos — "uns pobres coitados que não sabiam o que era marxismo". "Eu mesmo arrumei advogado para alguns presos políticos porque achei que muitos deles eram uns pobres coitados, enganados por um tal de Flávio Tavares, uma camarada inteligente, que conduziu esse pobres coitados ao infortúnio, muitos levados por ele a praticar assaltos sem saber o que estavam fazendo", afirma o general se referindo ao jornalista Flávio Tavares, um dos presos políticos trocados pelo então embaixador norte-americano, Charles Burke Elbrick, sequestrado por organizações de esquerda em 1969, auge do regime militar.
Para o militar, toda essa história, revelada com exclusividade pelo Correio, veio à tona nesse momento para tentar dar fôlego para a Comissão da Verdade. "Por causa dessa comissão, agora todo mundo foi torturado, mas eles não contam o que fizeram. Houve tortura do outro lado. Não estou dizendo que houve tortura do nosso lado, mas do outro lado eu sei que houve", diz o general, que afirma não se lembrar de quem comandava a seção do Exército em Juiz de Fora durante o tempo em que serviu lá.
Durante visita à exposição Humanidades, no Forte de Copacabana, no Rio de Janeiro, o ministro da Defesa, Celso Amorim, disse que o relato de Dilma faz parte de uma série de revelações que devem vir à tona com a Comissão da Verdade. "Acho que são fatos da história, vão aparecendo. Cada cidadão forme a sua ideia sobre isso. A Comissão da Verdade é para que as pessoas conheçam os fatos sobre todos os ângulos."
"Nunca vi ninguém tomar nem um tapa na cara. Não houve essa história de tortura lá. Eu garanto"
Marco Antônio Felício da Silva, general da reserva

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