Translate

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013


Vamos acabar com a folia dos ridículos?

Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net 
Leia também o site Fique Alerta  
www.fiquealerta.net  
Por Jorge Serrão  
serrao@alertatotal.net 

Pulando carnaval em Salvador, para alegria de gregos de baianos, o rapper sul-coreano Psy revelou que o segredo do sucesso foi fazer "o máximo possível para ser ridículo" no vídeo que o levou a ser conhecido mundialmente, com a ridícula coreografia na música "Gangnam Style". A folia dos ridículos seduz a humanidade, principalmente as grandes massas ignaras.

O que o rebolativo “livre-pensador” falou agora, nossos políticos da safra pós-abertura de 1985 sempre souberam. Hoje, quem dança ao ritmo escroto deles somos nós. Graças à hegemonia deles, no comando do Governo do Crime Organizado, o Brasil atravessa o samba, em ritmo errático para trás. Instituições, corrompidas e com métodos anacrônicos, caminham para uma ruptura.

É carnaval! Mas independentemente do reinado do Momo, nossa politicalha parece que vive em permanente carnaval. Principalmente com a coisa pública, da qual tiram proveito próprio. Por isso, não causa espanto a bravata lançada pela tal facção “Renanzista” contra nosso Estado nada Democrático de Direito. Lançar ameaças midiáticas ao Ministério Público e ao Supremo Tribunal Federal, para tentar blindar Renan Calheiros, só pode ser uma atitude de débil mental. Pois o Senado parece repleto deles. Daqui a pouco, sentiremos saudades do Sarney...

Um politizado amigo me mandou uma mensagem no meu grampeado e invadido e-mail, no sábado de carnaval: “A contra-revolução de 1964 no Brasil foi uma situação política especial, na qual houve a necessidade temporária de exclusão da democracia para que se preservassem os objetivos fundamentais da Nação, inclusive a própria democracia". Análise justa e perfeita. Acontece que em 1964 houve um clamor popular para aquela ação...

Os militares de hoje dão sinais de que não acreditam mais naquele tipo de intervenção. Sobrevivem acuados pelo passado estigmatizado pela propaganda ideológica de esquerda. Assim, preferem aparentemente agir como passivos funcionários públicos fardados, mesmo quando atacados. Não chega a ser covardia, muito menos conivência. Mas sim uma pragmática conveniência. Cuidar da carreira e do contracheque dá bem menos dor de cabeça que se meter em política.

Miliares não devem ser interventores da vida pública. O papel constitucional deles é outro. No entanto, não podem se omitir diante dos problemas nacionais. Principalmente a corrupção. Por isso, pega muito mal o silêncio comprometedor diante da recente denúncia da revista Veja de que oficiais do Exército pediram propina para referendar a vitória de uma empresa paranaense, fabricante de ônibus, em uma licitação de R$ 17,8 milhões para fornecer 65 veículos para o Batalhão da Guarda Presidencial.

O caso foi denunciado pelo grupo Mascarello ao senador Roberto Requião (PMDB). Ele repetiu a denúncia ao ministro da Educação, Aloísio Mercadante Oliva, cujo pai é um General quatro estrelas da velha linha-dura. O próprio Oliva (o filho, que por conveniência política não usa o sobrenome do pai militar) teria cobrado providências ao comandante do Exército. O General Enzo Peri homologou a licitação, sem que a empresa tivesse de pagar o “pedágio”. Depois, ouviu todos os envolvidos e comunicou à Presidenta Dilma todas as providências que foram tomadas. Em geral, o EB age com rigor e corta a própria carne em tais casos.

O Exército deveria agir com total transparência pública para uma acusação tão grave contra a honra e honestidade militar. Primeiro, nada custaria ao EB esclarecer porque o Batalhão da Guarda Presidencial precisa de tantos ônibus, em uma das operações do PAC Equipamentos. Segundo, teria de tornar públicos os nomes dos envolvidos e sua eventual punição sumária. Não vale a pena repetir o maior erro fatal pós-64 – que foi a censura. A omissão da verdade custa aos militares perder a guerra de versões da história para a esquerda – que soube muito bem contar os fatos sob a ótica dela. Depois, não adianta gritar “Salve, Jorge”...

Militares não podem dar golpes... Também não devem sofrê-los. As Forças Armadas têm a destinação institucional de defesa incondicional da Pátria. Militares – principalmente seus generais – existem para conhecer, buscar e combater, permanentemente, o inimigo real. Nâo existem margens para agir de outra forma. Ainda mais contra a corrupção, os corruptores e os corruptos em qualquer instituição pública.

Militares não podem cair na folia dos ridículos. Rasgar a farda e os juramentos de fidelidade à Pátria não fazem parte de nenhum rito carnavalesco. General da banda só é bom nos bailinhos. “Os militares sabem de absolutamente tudo que acontece” – como já chegou a destacar o General Enzo, em um jantar fechado, curiosamente com o poder fardado vestido à paisana, exceto o Coronel que tomava conta da porta do salão do Comando Militar. Exatamente por saberem de tudo, não podem omitir e muito menos se omitir.

No vácuo institucional que se desenha, se os militares não cumprirem seu dever constitucional, o Brasil vai cair em anomia, com consequências imprevisíveis. Em tal quadro, generais precisam agir como samurais – jamais como gueixas seduzidas pelos podres poderosos de plantão. Cabe à sociedade apoiar os militares na defesa da Pátria e da essência das instituições – que precisam passar por um processo de depuração e reorganização para voltem a ser aquilo que deveriam, para o bem dos brasileiros.

Independentemente da ideologia de cada um, todos nós temos de dar um fim à ridícula folia do Governo do Crime Organizado. As Forças Armadas, como ainda respeitadas instituições nacionais fundamentais e permanentes, devem dar o exemplo. Sem golpes! Mas democraticamente, dando suporte e segurança a quem deseja fazer com que a ordem legal seja restabelecida e cumprida. 

O Brasil precisa de choques urgentes e simultâneas de Democracia, Ordem Pública e Educação. O resto é confete e serpentina...

Se tiver saco, releia o artigo: 
Ética, Democracia, Política e Liberdade: teremos algum dia?