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segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Tragecomédia . "Será que Crimeia cremou?.(jn|)

Justiça Federal intima ex-deputado sobre sumiço de ossadas do Araguaia

Leandro Mazzini
19/08/2013 09:00
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Greenhalgh: ele vai a Brasília dia 10 para explicar sumiço de ossadas, mas Justiça mira trapalhadas de ex-combatentes

O governo se envolveu numa confusão judicial sobre guerrilheiros do Araguaia (TO) durante o regime militar. O novo episódio beira uma tragicomédia: o segundo sumiço dos desaparecidos, e o surgimento de ossadas de crianças que não têm ligação com o histórico confronto na selva.

A coluna revelou em 18 de Janeiro que foram encontradas duas ossadas de crianças e de um jovem sob tutela do Ministério da Justiça, mas sem elo com a guerrilha, no lugar de três ossadas de ex-guerrilheiros.

Logo depois, famílias de desaparecidos impetraram ação na Justiça para cobrar o paradeiro dos ossos. Agora, a juíza Solange Salgado, da 1ª Vara Federal em Brasília, que preside o caso, intimou o ex-deputado Luiz Eduardo Greenhalgh para dar explicações para a Justiça e as famílias. A audiência está agendada para dia 10 de Setembro.

Greenhalgh, então deputado, foi responsável pela expedição em 2001. Ele coordenou o grupo de trabalho permanente de buscas do Araguaia junto à secretaria de Direitos Humanos, em companhia de historiadores e de ex-combatentes. Lá encontraram ossos com apontamentos de serem dos guerrilheiros Walquiria Costa, Paulo Mendes Rodrigues e o italiano Giancarlo Castiglia.

Missão inédita e histórica, ossos recolhidos e levados para Brasília, iniciou-se então uma série de trapalhadas. Num vaivém das ossadas na capital, sem qualquer critério ou protocolos,
transportadas inclusive por ex-combatentes não autorizados, em caixas que correram pelo
 Ministério da Justiça, Instituto Médico Legal e UnB, elas simplesmente desapareceram.

O susto surgiu quando, no lugar das ossadas do trio guerrilheiro, foram encontradas as das
 crianças e do jovem, como publicou a coluna. Em suma, alguém ainda não identificado
 incluiu os ossos dos menores para justificar o sumiço dos restos dos guerrilheiros. E exames comprovaram a fraude.

O Grupo de Trabalho do Araguaia (GTA), da Secretaria de Direitos Humanos, e integrantes
 do Ministério da Justiça e da Defesa investigam o que houve. Sabe-se até agora que, quem
 mais transportou as caixas com os restos por Brasília, foi a ex-guerrilheira Criméia Almeida. Ela também será intimada para a acareação.

Greenhalgh, o cineasta Ronaldo Duque e o perito José Eduardo Reis, que participaram d
a expedição de 2001, foram convocados para a audiência dia 10. A despeito do imbróglio
 judicial, o governo se defronta com outro mistério, tão sério quanto o paradeiro dos restos
 dos guerrilheiros: não sabe quem são, de onde vieram e como devolver as ossadas da
s crianças e do jovem.

Neste ponto começa outra novela. Segundo relatos preliminares, há suspeita de que foram
 retiradas do cemitério de São Domingos, em Xambioá, um dos focos da guerrilha, numa
 missão extraoficial patrocinada por ex-combatentes em 2001 (que antecedeu a ida do grupo
 de Greenhalgh). O ex-deputado está totalmente alheio a esta situação, explica à coluna.
 E disposto a colaborar com a Justiça, lembra que foi pioneiro nas buscas pelos desaparecidos:

“Em 1982, durante ainda o regime militar, eu impetrei ação para defender as famílias dos desaparecidos. Essa ação, do ponto de vista judicial e histórico, é a mais importante”

O processo judicial sobre as buscas por mais desaparecidos – são 45 no total, apenas dois corpos foram encontrados - corre em segredo de Justiça.
http://colunaesplanada.blogosfera.uol.com.br/2013/08/19/justica-federal-intima-ex-deputado-sobre-sumico-de-ossadas-do-araguaia-2/