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terça-feira, 8 de outubro de 2013

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Viagens lusitanas de Valério e Dirceu no Mensalão já tratavam de negócios para fundir “PT” e Oi?

Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net
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Por Jorge Serrão - 
serrao@alertatotal.net

Tornou-se realidade ontem um dos maiores negócios gestados nasconversas ocultas do Mensalão, entre Marcos Valério, José Dirceu e outros personagens ilustres que ficaram milagrosamente de fora da Ação Penal470. Trata-se da fusão entre a Portugal Telecom e a Oi – criando uma empresa transnacional gigantesca, a Corp-Co, sem um controlador definido, o que é perfeito para esconder a participação de políticos e seus parentes na sociedade.

No mercado, ontem, só se lembrava das famosas viagens a Portugal, descritas sem muitos detalhes no processo do Mensalão, de Marcos Valério (apontado como operador do esquema) e de José Dirceu (que acabou injustamente julgado como o chefe da quadrilha, até que os embargos infringentes possam livrá-lo dessa pecha maldita). Na fofoca mercadológica, a fusão PT-Oi já era um plano bem antigo, que só aguardava a oficialização de outro mega acordo transnacional, entre a Telefonica de Espanha e a Telecom Itália, para ser anunciado ao público.

Pouca gente se lembra que está em andamento uma investigação aberta em abril passado pela Polícia Federal para investigar se Luiz Inácio Lula da Silva se beneficiou do esquema de corrupção do Mensalão, com repasses ilegais de dinheiro da Portugal Telecom para o PT – conforme denunciou o publicitário Marcos Valério ao Ministério Público Federal, em setembro do ano passado.

Neste mesmo rolo a ser investigado pela PF, Valério meteu Antônio Pallocci Filho (então ministro da Fazenda de Lula e hoje ministro informal de Dilma e captador de recursos para a campanha presidencial de 2014). Na versão valeriana, Palocci teria articulado o acordo para uma fornecedora chinesa da PT para transferir US$ 7 milhões ao PT.

Valério também revelou que atuou como emissário de Lula, em 2005, quando viajou a Portugal junto com seu ex-advogado Rogério Tolentino e o ex-secretário do PTB, Emerson Palmieri. O objetivo foi amarrar o acordo “PT-verdinhas-PT”. A grana captada teria sido usada, em parte, para pagar dívidas de campanha com o publicitário Nizan Guanaes e com a dupla sertaneja Zezé de Camargo e Luciano.

Lula escapou, por milagre, de envolvimento no processo inicial do Mensalão – julgado pelo Supremo Tribunal Federal, mas ainda não encerrado, graças aos recursos infindáveis. O lentíssimo andamento do Rosegate – com jeitinho de pizza – indica que o caso Lula tem tudo para demorar uma eternidade, até terminar dando em nada, como de costume. No Brasil, o tempo é o senhor da impunidade...

Todo mundo no mercado também sabe que José Dirceu sempre teve relações estreitas com a Portugal Telecom. Por ironia, a sigla da empresa é PT... Dirceu também tem estreitas relações com o grupo português OnGoing - um dos maiores acionistas da Portugal Telecom, que já tinha participação na Oi.

Em Portugal, o OnGoing controla o grupo Editorial Económico, também líder do mercado português de informação sobre negócios - com o jornal Diário Económico e o canal de televisão Etv. Já no Brasil, o Ongoing é acionista minoritária da Ejesa, que edita os jornais Brasil Econômico, O Dia, e Meia Hora. Aliás, deve ser apenas mera coincidência que a esposa de Dirceu, Evanise Santos, seja diretora de marketing do grupo no Brasil... 

E a família da Silva? Através do empreendedor Fábio Luiz Inácio da Silva, fez grandes negócios com a Oi, No mercado, é dado como pule de 10 que Fábio e parentes tenham participação acionária minoritária, não identificável na Oi. Agora, com a criação da CorpCo, os papéis ficam mais valiosos e valorizados ainda. E seus donos não vão aparecer aos olhares profanos, já que as ações estarão dispersas em bolsa. A previsão é que não haja sócios com mais de 10% de participação.

A Corp-Co nasce gigantesca em todos os aspectos. Terá receita anual de R$ 35,7 bilhões. Investimentos previstos de R4 8,6 bilhões. Mais de 100 milhões de clientes no Brasil, Portugal e demais países de língua portuguesa. O único probleminha da nova empresa é uma enorme dívida líquida de R$ 41,2 bilhões. Também é um problemaço a dívida da Oi, que subiu de R$ 25 Bilhões para R$ 32 bilhões, nos últimos 12 meses registrados até junho passado.

No Senado, ontem ouviu-se um comentário irônico sobre este meganegócio transnacional: “Foi mais um batom na cueca do Mensalão, mas a imprensa nem vai ligar para isso”...

Recadinho ao STF?