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quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014


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ClippingNEWS  O secretário de Estado americano, John Kerry, declarou nesta quarta-feira (26) que os EUA estão “preparados” para uma mudança de postura nas relações com a Venezuela, considerando que as tensões bilaterais “já duraram demais”.
“Estamos preparados para mudanças nessas relações; as tensões entre os dois países já duraram demais. Mas não vamos permanecer sentados se formos responsabilizados por coisas que nunca fizemos”, declarou o chefe da diplomacia americana à TV “MSNBC” –numa referência a acusações do governo Maduro de que os americanos têm responsabilidades na onda de protestos pelo país.
Para a Venezuela, os norte-americanos recrutaram estudantes para liderar protestos em Caracas contra o presidente Nicolás Maduro. Os EUA consideraram as acusações como “falsas e sem fundamento”.
A fala de Kerry sobre a mudança no trato com os venezuelanos, embora generalista, ilustra a resposta dada ontem ao governo venezuelano pelos EUA, expulsaram três diplomatas do país, numa resposta à medida correspondente adotada pelas autoridades venezuelanas na semana passada.
Os diplomatas Ignacio Luis Cajal Ávalos, Víctor Manuel Pisani Azpurua e Marcos José García Figueredo, que foram declarados “persona non grata”, têm menos de 48 horas para deixar o território americano.
Ex-embaixador no Brasil vai para Washington
O ex-embaixador venezuelano no Brasil Maximilian Arveláez foi designado ontem por Maduro para assumir a função em Washington. Venezuela e os EUA não têm embaixadores entre eles desde 2008, e Maduro expulsou três diplomatas norte-americanos na semana passada, após acusá-los de recrutar estudantes para os protestos contra o governo.
O chanceler venezuelano, Elías Jaua, disse que a nomeação do novo embaixador é uma mensagem de Caracas ao presidente norte-americano, Barack Obama. “Mostra nossa maior disposição em estabelecer relações políticas e diplomáticas com o país”, disse.
“Isso [designar o embaixador] representa a mais firme vontade de estabelecer relações diplomáticas de entendimento franco, sincero e honesto”, acrescentou.
Crise na Venezuela
A atual crise, na qual ao menos 14 pessoas morreram, mais de 500 pessoas já foram presas e 150 ficaram feridas nas duas últimas semanas, provocou críticas do governo dos EUA e atraiu grande atenção. Celebridades como Madonna e Cher condenaram Maduro.
O ex-sindicalista, de 51 anos, que venceu uma eleição apertada para substituir Chávez no ano passado, disse que a mídia internacional está alinhada com os “imperialistas” para passar uma imagem de caos e repressão na Venezuela.
O ex-jogador de futebol argentino Diego Maradona apoiou Maduro quando assinava um contrato para ser comentarista da rede de TV Telesur na Copa do Mundo que ocorrerá no Brasil.
“Estamos vendo todas as mentiras que os imperialistas estão dizendo e inventando. Eu estou preparado para ser um soldado da Venezuela para o que for preciso”, disse Maradona, amigo de Chávez e do líder revolucionário cubano Fidel Castro.
Protestos esporádicos continuavam nesta terça-feira, com estudantes bloqueando ruas nos distritos do leste de Caracas, onde o poder aquisitivo é maior. Os estudantes querem a saída de Maduro por causa da criminalidade, da inflação e da falta de produtos básicos, como leite, farinha e açúcar. Eles também acusam o presidente de reprimir brutalmente os protestos.
Líderes moderados da oposição têm pedido manifestações pacíficas e questionam a tática de montar barricadas na cidade. Muitos dos moradores de Caracas têm permanecido em casa. Boa parte das escolas está fechada, assim como parte do comércio. Os protestos são o maior desafio que Maduro enfrenta nos seus dez meses no poder, mas não há sinais de que ele possa ser derrubado. (Com Agência Brasil e agências internacionais)
FONTE: UOL Notícias