Translate

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

"LAZARENTOS SEM JEITO"

OS LAZARENTOS “SEM JEITO”
Numa comunidade numerosa como é a população da maioria dos países, sabemos que existem tradições e condutas diferentes, e que em alguns, uma porção significativa, nem opinião tem.
Uma parcela ponderável nem está preocupada com qualquer coisa, a não ser a sua sobrevivência, sempre esperando ganhar os meios para que consiga viver sua vidinha sem grandes esforços, inclusive que receba as suas “dádivas de esmolas”, como um milagre dos céus, não lhe interessando, se vive numa ditadura, numa democracia ou sob qualquer tipo de credo ou ideologia.
No Brasil, os jeitosos são uma praga. Querem, e em geral, levam vantagem em tudo.
Portanto, nada há de estranhar, se elegem gente de sua laia, que jeitosos também vão sacar a sua polpuda parte, mas que amiúde estarão promovendo como escambo embromador, uma cornucópia cheia de benefícios para os seus acólitos.
É a certeza do retorno em futuro voto.
As propostas podem ser demagógicas e extremamente onerosas para os “lazarentos sem jeito”, mas os sacripantas nem se importam, pois não sairão de seus bolsos as suas eleitoreiras propostas.
Como o universo parlamentar é dominado por patifes do mesmo feitio, as propostas são aprovadas por unanimidade.
Assim, lá vamos nós, sendo manipulados grosseiramente, e pagando um alto custo para que os parlamentares vivam no Olimpo da corrupção, e os jeitosos sobrevivam às expensas dos recalcitrantes sem jeito, que pagam os pesados impostos arrecadados.
Alguns comentam que um dia faltará bolo para todos; na prática, já falta, como verificamos nas áreas mais importantes do País, na Educação, na Saúde, na Segurança e no corte vergonhoso nos recursos de outras áreas primordiais, como as Forças Armadas.
Mesmo, quando são nítidos os sinais de que a economia sucumbe, as boas novas estão sempre em destaque na grande mídia.
Atualmente é a Copa do Mundo, e o Carnaval, é claro.
Vivemos uma monumental orgia, embora o recrudescimento das manifestações de rua e as greves, bem como a total falta de segurança pública sejam óbices conhecidos e corriqueiros, mas com as partidas diárias de futebol, o BBB 14, os Black Shits, as novelas e as chamadas para a grande bacanal que será o nosso carnaval, fazem a alegria dos jeitosos.
Aos sem jeito, alertamos que está na hora de mudar de lado.
Como dizem os expertos, “o mundo é dos vivos”, e como apregoa a nossa filósofa Marta, “se o estupro é inevitável”, e é, “relaxa e goza”.
Não se amofinem, nem sofram por sentir na própria pele que rumamos para o abismo, que será mais prazeroso se cada um de nós estiver vestindo uma vistosa e colorida fantasia, que poderá ser de palhaço, de idiota, de estrume, de comunista, de militar da ativa, de...
Na lúgubre caverna, estamos tentando, e a maioria, ao invés de relaxar, chora de raiva; outros tantos, ao invés de gozar, gemem de vergonha.
Mas, ainda resta uma esperança, a de que os Trezentos de Esparta ou os Templários ressurjam indignados na frente do Congresso e, heroicamente, ponham porta afora todos os jeitosos que lá se instalaram há décadas, alegando o usucapião.
Brasília, DF, 24 de fevereiro de 2014
Gen. Bda Rfm Valmir Fonseca Azevedo Pereira