Translate

sexta-feira, 16 de maio de 2014

Governo da “gerentona” segura o preço da gasolina para mascarar a inflação

15/05/2014
 às 15:00 \ Política & Cia

Governo da “gerentona” segura o preço da gasolina para mascarar a inflação, causa enorme crise no setor em que somos um país de ponta, o do etanol, enquanto até nos EUA superconsumidores de petróleo já se espalham os carros elétricos

(Foto: Thinstock)
A opção burra pela gasolina, com preços arrochados, provoca poluição, derruba a Petrobras e relega a segundo plano outras formas de energia — sobretudo a do etanol, em que o Brasil é centro mundial de excelência (Foto: Thinstock)
Amigas e amigos do blog, vejam a foto acima, tão corriqueira nos engarrafamentos que temos em todas as cidades médias e grandes do país.
E depois vejam a foto abaixo.
Trata-se de um estacionamento em um centro comercial de San Diego, na Califórnia, Estados Unidos.
Nos Estados Unidos, campeão mundial do desperdício, terra dos imensos carrões gas-guzzler — bebedores de gasolina –, dos enorme Cadillacs do passado e das atuais imensas camionetes e SUV gigantes, incluindo o maior de todos, o Hummer.
O que será que são, na foto, aqueles sinaizinhos no chão da garagem em San Diego?
Garagem de um shopping center em San Diego, Califórnia: o que significarão esses sinais pintados no chão, em cada vaga? (Foto: Hugo Sterman Filho)
A resposta está na foto abaixo, onde vocês podem ver, em detalhes, que cada vaga tem um ponto de abastecimento para carros elétricos. Sim, carros elétricos, no país que consome um quarto do petróleo do planeta — por enquanto.
Não é só em San Diego, não é só na Califórnia. Já há um quarto de milhão de veículos exclusivamente elétricos no país — os carros plug-in— e circulam no país 1,5 milhão de híbridos, carros movidos a gasolina cujos motores consomem pouquíssimo e produzem eletricidade para si próprios.
Carro elétrico abastecendo tranquilamente na garagem do shopping: até os EUA, devoradores de petróleo, já estão na nossa frente (Foto: Hugo Sterman Filho)
Já no Brasil da “gerentona”, com os delírios do pré-sal cujos barris nunca chegam o suficiente — a Petrobras importou 20 bilhões de dólares em petróleo e derivados no ano passado e deve repetir a infeliz dose este ano –, continuamos remando inteiramente contra a corrente.
Os híbridos que existem são importados — e pesadamente taxados.
Para tentar ganhar as eleições, a presidente Dilma arrocha os preços da gasolina, o que derruba as finanças e a capacidade de investimento da Petrobras — esta mesma Petrobras que precisa de recursos para explorar devidamente o pré-sal. Como os preços do etanol de cana-de-açúcar — em que o Brasil é o país mais desenvolvido do mundo em tecnologia — acompanham o da gasolina, ficou antieconômico utilizá-los nos veículos.
Os carros flex, em 80% dos casos — e já são mais de 15 milhões deles –, usam gasolina em vez de álcool!
E vejam só a loucura que isso é para o meio-ambiente, numa era em que a palavra-chave para o futuro é sustentabilidade: mil litros de etanol consumidos por veículos lançam à atmosfera 309 quilos de CO2, o principal causador do efeito-estufa.
Já mil litros de gasolina arremessam lá pra cima 3,36 TONELADAS de CO2.
É isso mesmo que vocês leram: com o etanol, a poluição se mede em quilos; com a gasolina, em toneladas.
Ou seja, para mascarar a inflação e tentar vencer a eleição, o governo Dilma está prejudicando o meio ambiente, derrubando a Petrobras e comprometendo um programa do álcool extraordinário, pioneiro, que existe desde 1975 e que, hoje, por causa de uma situação artificial inventada pelo Planalto e seus gênios econômicos, está ameaçado pelo fechamento de usinas, demissão de trabalhadores, perda de técnicos para o exterior e crise brava em centenas de cidades brasileiras que abrigam usinas.
O governo adotou medidas paliativas e insuficientes para dinamizar o setor agroenergético, como facilidades para financiar estoques. Mas na prática está deixando passar por uma crise gravíssima a produção de etanol — isto quando a Agência Internacional de Energia estima que a demanda mundial pelo produto em que o Brasil é mestre deverá mais que triplicar até 2025.
Haja gerente!